quinta-feira, 10 de março de 2011

O destino é uma rajada forte (29ª parte)

 



















João foi levar Lara a casa, que passou todo o caminho pensativa. As palavras de André não lhe saíam da cabeça.
"...Eu não sou como tu, que vai deixar a mulher que ama fugir-lhe entre os dedos para Londres.(...) Tens uma rapariga espetacular que te ama, que tem o sonho e a oportunidade de ser bailarina e em vez de ires atrás dela, vais ficar com ela até á hora da sua partida e depois vais viver os teus dias miseravelmente, tens noção? ..."
Lara sempre teve esperança que no último segundo, no último momento João ficasse com ela. Sabia que era muito egoísmo da parte dela pensar aquilo, mas a verdade é que o queria do lado dela e nunca deixou de acreditar que ele fosse largar tudo para ficarem juntos. Mas com aquela conversa percebeu que Joao não estava disposto abdicar de tudo por ela, o que era absolutamente compreensivel. Joao tinha uma vida cá e Lara não tinha o direito de o fazer perder tudo. Joao não iria com ela e Lara só tinha que aceitar. No fundo percebeu que tudo o que tinham passado desde que lhe falou de Londres foi um adiar de um pesadelo que estaria para chegar. A sua relação estava condenada. E Lara questionava-se se estaria a fazer bem ao alimentar esperanças de algo que terminaria em Julho.
João reparara no silencio de Lara, mas tinha tanto medo de lhe perguntar o que se passava. Tinha medo que ela tivesse ouvido algo e que fosse esse o motivo de estar assim. Falar sobre a partida de Lara era muito doloroso para ele. João pára o carro bem á frente do portão de Lara.

João: (disfarça a sua tristeza) Princesa, chegamos.

Lara sorri e desaperta o sinto.

João: A nossa saída logo, ainda está de pé?
Lara: Estou cansadita amor. Mas eu logo digo-te alguma coisa pode ser?
João: (toca-lhe na cara e desvia-lhe o cabelo) ok meu amor. (e dá-lhe um beijo)

Lara entra em casa, vai directa ao quarto. Fecha a porta e olha-se ao espelho. Sem aguentar mais chora. Choram os olhos, a alma, o coração. Sente-se a perder as forças e deixa-se cair no chão, leva os joelhos ao peito e fica assim a chorar.

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